É cada vez mais comum ouvirmos histórias de homens que, mesmo apresentando provas documentais, laudos médicos, vínculos de trabalho e declarações de renda, são simplesmente ignorados pelo Judiciário nas ações de família. São pais que, ao tentarem revisar pensões diante de desemprego, falência ou problemas de saúde, se deparam com decisões frias, genéricas e, muitas vezes, carregadas de desconfiança. Em vez de análise justa, recebem sentenças baseadas em suposições ou preconceitos.
Infelizmente, a realidade de muitos desses homens não entra nas salas de audiência. O que deveria ser um julgamento com base nos fatos e nas provas, se transforma em decisões construídas sobre ideias pré-concebidas, como se o homem, por si só, não pudesse ser vulnerável, adoecer ou enfrentar dificuldades financeiras reais. E o mais grave: quando esses erros acontecem, há pouquíssimo espaço para revisão ou correção. Os embargos são ignorados, os pedidos de prova são esquecidos, e o processo segue como se nada estivesse errado.
Não se trata aqui de vitimismo, mas de um apelo por equilíbrio. O sistema precisa enxergar que a verdade não tem lado fixo. Há mães que sofrem e pais que lutam com dignidade para cumprir seus deveres, mesmo em meio à dor, ao desemprego e à perda de estabilidade emocional. Mas o que temos visto é uma justiça que muitas vezes decide com base em roteiros prontos, favorecendo apenas um dos lados do conflito familiar.
Por isso, deixamos um alerta claro e necessário: todo homem que esteja enfrentando um processo de família precisa acompanhar de perto cada etapa. Não basta confiar que a verdade vai prevalecer por si só. É preciso estar presente, questionar, documentar, impugnar decisões injustas e exigir que os pedidos e provas sejam analisados com seriedade.
Advogados, terapeutas, pais e familiares: saibam que o simples silêncio ou passividade pode custar caro. Quando o Judiciário deixa de cumprir seu papel de escutar com imparcialidade, o prejuízo é duplo — para quem sofre a injustiça e para a própria credibilidade da justiça.
É tempo de agir com firmeza e responsabilidade. O Judiciário precisa ser cobrado por decisões que reflitam a realidade concreta das partes, e não apenas discursos genéricos ou suposições baseadas em papéis sociais ultrapassados. O homem também sente, também adoece, também falha — e isso não o faz indigno da verdade ou da justiça.